Os operários da construção do Complexo Petroquímico do Estado Rio de Janeiro (Comperj) entraram em greve nesta segunda-feira (9). A decisão foi tomada em assembleia realizada no último dia 2 de abril. Ao todo 15 mil trabalhadores participam das obras no complexo, cujo prazo de entrada em operação é em fins de 2014.
Esses trabalhadores, que estão em data base, reivindicam 18% de reajuste salarial, acréscimo e valorização de funções; pagamento de horas “in itinere”, reajuste do tíquete alimentação, devolução dos descontos dos dias de greve realizados durante o mês de fevereiro, bem como a garantia de que nenhum desconto será efetuado durante a atual greve, garantia de emprego para todos, em especial da comissão de base ainda a reintegração dos demitidos no processo grevista, entre outras demandas.
A proposta apresentada pela patronal é de 10% de reajuste salarial e de R$ 300 no valor do vale alimentação. Segundo informações do diretor do SINDIPETRO-RJ e ativista da CSP-Conlutas, André Bucaresky, o Buca, os operários recusaram essa proposta e decidiram pela greve por tempo indeterminado.
Nesta segunda (9) uma assembleia reafirmou a recusa da proposta das empresas e manteve a greve, contrariando a posição do Sindicato da Categoria (SINTICOM, filiado à CUT) que anunciava a hipótese de aceitar os 10% e o parcelamento do desconto dos dias parados. “Havia muita indignação, disposição e combatividade dos milhares de operários presentes na assembleia. Eles gritavam greve, enquanto o presidente do SINTICOM tentava falar e era vaiado insistentemente. Uma indignação que se assemelha com a dos operários de Belo Monte ou mesmo Jirau e Santo Antônio, como temos visto”, afirmou o membro da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes, que esteve presente na assembléia levando o apoio da Central.
A categoria está em processo de luta desde o final do ano passado quando os trabalhadores realizaram duas paralisações em um período de 30 dias. A primeira greve ocorreu no dia 8 de novembro de 2011, quando os empregados de consórcios de empreiteiras decidiram parar por melhores salários. A greve durou 10 dias e alguns direitos foram conquistados. Porém, duas semanas depois, 35 trabalhadores foram demitidos, gerando nova greve. As demissões acabaram revertidas pela Justiça do Trabalho. Após isso, no dia 14 de fevereiro deflagram nova greve que durou mais de 20 dias. Enfrentaram a dureza da patronal e da justiça que julgou a greve ilegal e continuaram em estado de greve desde então.
Fonte: Sítio da CSP-Conlutas
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