sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Terceirizados da Petrobrás fazem passeata histórica em Carmópolis (SE)

Protesto reuniu 100 trabalhadores terceirizados da Petrobrás
Trabalhadores terceirizados da Petrobrás em Carmópolis (SE) fizeram uma manifestação na manhã do último dia 9. Cerca de 100 funcionários da empresa CEMON saíram em passeata pelas ruas da cidade pedindo apoio da população. Acompanhados dos diretores do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro AL/SE), os manifestantes entregaram uma carta aberta à população e protocolaram esse mesmo documento na Câmara Municipal e na Prefeitura.

“A nossa intenção é fazer com que a população deste município, que vive quase exclusivamente da renda do petróleo, saiba o que acontece com os trabalhadores que atuam nas áreas da Petrobrás. É uma vergonha numa empresa que se diz cidadã e que é uma das mais rentáveis do mundo, ter trabalhador que chegue a receber menos de um salário mínimo”, explica Gilvani dos Santos, diretora do Sindipetro AL/SE.

Em greve desde o dia 13 de outubro, os funcionários da CEMON reclamam que a empresa ainda não sentou para negociar com a categoria e, mesmo assim, cortou os dias parados. “Pura intransigência da empresa. É preciso também cobrar da Petrobrás que se posicione e cobre da CEMON a resolução do problema” , defende Gilvani. Segundo ela, a adesão à greve é de mais de 90%.

Passeata histórica

Moradora da Carmópolis há 40 anos, dona Maria Lúcia dos Santos afirma que nunca viu uma manifestação de trabalhadores pela cidade como essa. “Eles estão certos. O pessoal quer trabalhar, mas tem que ganhar um salário digno”, opina. Maria Lúcia também acha que os vereadores e a prefeita da cidade devem apoiar os grevistas. “Nós votamos neles para estarem do lado do povo, não é verdade? Então eu acho justo os políticos darem apoio”. Segundo o Sindipetro, Carmópolis recebe mensalmente uma média de R$ 3 milhões referentes aos royalties do petróleo.

A segurança patrimonial da Petrobrás acompanhou com um veículo uma parte da passeata tirando fotos dos manifestantes. “Eles tentaram nos intimidar. Isso é assédio e é crime. A Petrobrás tem que intervir para negociar e não para assediar os trabalhadores terceirizados”, afirma o diretor do Sindipetro Fernando Borges.

Greve

A greve da CEMON deve ser julgada pela Justiça nos próximos dias. Caso perdure, a luta da empresa terceirizada pode ganhar o reforço de todo o quadro primeirizado da empresa. Todos os trabalhadores da Petrobrás deverão entrar em greve no dia 16 de novembro. “O nosso lema é ‘Somos todos Petroleiros’. Terceirizados e primeirizados estão juntos nessa empreitada. A nossa briga é contra a insensatez do Governo Federal. Dilma viu a Petrobrás lucrar mais de R$ 35 bilhões em 2010. Não é possível que agora submeta os trabalhadores da empresa a um aumento ridículo”, argumenta Fernando Borges.

Por Zeca oliveira, Aracaju (SE)

Fonte: Sítio do PSTU

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