terça-feira, 22 de novembro de 2011

Nota dos petroleiros da CSP-Conlutas contra truculência da Petrobras

Veja nota dos petroleiros da CSP-Conlutas no qual é denunciada a postura intransigente e arbitrária da Petrobras 

 
Nota dos Petroleiros da CSP-Conlutas

Repressão na Petrobras passa de todos os limites, nem na ditadura ela foi tão longe

Havia uma discussão entre os petroleiros do Norte Fluminense (RJ) de iniciar uma greve a partir dessa segunda-feira (21). A direção da Petrobras, mostrando que seus comerciais de televisão são uma farsa, e que contra os trabalhadores valem os métodos da Ditadura Militar, ocupou o TECAB, Terminal de Cabiúnas.

No domingo (20) às 14 horas uma “equipe de pelegos” intitulada de “Grupo de Contingência” ocupou este Terminal, escoltada por um forte e expressivo contingente de seguranças armados.

O grupo B de trabalhadores, que realizou suas atividades normalmente, foi retirado à força da unidade, pelas portas dos fundos. O grupo A foi impedido de entrar (sequer houve transporte para esses trabalhadores em casa).

Em uma demonstração de máxima truculência, em meio à campanha salarial e no mesmo que estava marcada uma reunião com o presidente da empresa Gabrielli, a Petrobras demonstra qual seu modo de negociação.

Some-se esta atitude aos interditos proibitórios impetrados na Bahia, Sergipe e Alagoas; a repressão policial contra os grevistas em Salvador; o aumento das “batidas de segurança” nos ônibus da Replan; Equipes de Contingência (pelegos) nas plataformas (só na Bacia de Campos, a empresa embarcou mais de 500 supervisores, gerentes e outros “fura greves” que não estavam na escala) e cárcere privado de trabalhadores nas unidades operacionais da Petrobras, Transpetro e Petrobras Biocombustível (RLAM, Temadre, Fafen, campos terrestres da UOBA em todo o Recôncavo, usina de Candeias).

De última hora, agora, a direção da Petrobras lança um “Comunicado à força de trabalho da Bacia de Campos” em que descaradamente afirma que “Tendo em vista que, no último dia 18, o Sindipetro-NF indicou à categoria o início de uma greve, com controle da produção a partir do primeiro minuto do dia 21 de novembro, a Petrobras buscou garantir a integridade de seus profissionais, das instalações e o controle das atividades operacionais, e entrou ontem com uma ação judicial, obtendo no mesmo dia, da Justiça do Trabalho, a Decisão Liminar de Interdito Proibitório.

O documento determina que o Sindicato não promova a ocupação das dependências da Petrobras e resguarda à Companhia o controle integral das suas atividades e, principalmente, possibilita a livre circulação dos seus empregados, gerentes e demais técnicos que desejam trabalhar, respeitando também a integridade física e psicológica dos referidos profissionais.

A decisão proíbe que o Sindipetro-NF interfira no livre exercício do trabalho daqueles que queiram embarcar ou desembarcar, e assim exercer regularmente suas atribuições nas plataformas e nas unidades administrativas da Bacia de Campos.

A liminar também estabelece ao sindicato multa pelo descumprimento da decisão da Justiça do Trabalho, no valor de R$ 100 mil por dia, por plataforma e por unidade terrestre.

A Petrobras reitera que respeita a Lei de Greve e confia na maturidade dos dirigentes sindicais em acatar as decisões da Justiça, que visam preservar a liberdade da nossa força de trabalho e a integridade das operações na Bacia de Campos.”

É um INTERDITO PROIBITÓRIO por AMEAÇA DE GREVE maior ataque que este não pode existir.

Aceitar esses ataques é uma humilhação para os petroleiros brasileiros que iniciaram sua luta contra a Ditadura Militar.

Na reunião de hoje com Gabrielli a primeira exigência da FUP deve ser a retirada imediata deste interdito proibitório.

Os petroleiros e todos os setores do movimento sindical e popular não podem aceitar este tipo de agressão.

Todas as negociações devem ser suspensas até que o Grupo de Contingência (pelegos) e a Segurança Privada Armada sejam retirados de todas as instalações da Petrobras e tenha fim o “cárcere privado” dos trabalhadores.

A GREVE GERAL NACIONAL PETROLEIROS deve ser convocada imediatamente para ter inicio esta semana, pelas reivindicações da campanha salarial e pelo fim da repressão na empresa.

Veja Carta Aberta aos petroleiros sobre a greve nacional

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