Em Belém, o segundo dia da greve dos trabalhadores da construção civil mobilizou mais de 5 mil operários. Na manhã de terça-feira (6) diversos piquetes espalhados pela cidade se encaminharam a sede do sindicato localizada na Travessa 9 de Janeiro, centro da cidade, para concentração do ato público. Em seguida a categoria decidiu seguir em caminhada até a sede do SINDUSCON (Sindicato Patronal) para pressionar os empresários a negociar com o comando de greve a proposta de aumento.
A passeata tomou as ruas do centro de Belém, a Avenida Governador José Malcher e depois a Brás de Aguiar ficou lotadas de trabalhadores. Os operários gritavam palavras de ordem como: “Contra o governo, contra o patrão, quero salário, saúde e educação!”.
Uma Carta à Sociedade foi elaborada pelo sindicato e distribuída à população nas ruas que observavam os protestos. A Carta denuncia os casos de acidentes e mortes nos canteiros de obras da cidade, e divulga os lucros absurdos obtidos pelos empresários com os empreendimentos espalhados pela capital.
Patrões não avançam na negociação
Embora os patrões tivessem prometido não negociar com os trabalhadores em greve, a mobilização e os protestos em frente à sede do SINDUSCON conseguiu que o comando de greve sentasse com a patronal. Os trabalhadores ficaram em frente à Patronal esperando o comando voltar da negociação. Porém, os patrões menosprezaram a mobilização e se negaram a avançar em aumento para além da proposta inicial de 10% (INPC + 3,32%aumento real). “Vamos manter a nossa proposta de 20% de aumento, 10% das vagas nas empresas para mulheres, classificação e qualificação para as operárias, plano de saúde e cesta-básica”, disse Cleber Rabelo dirigente da greve.
Na saída da negociação, os membros do comando de greve deram informe da reunião: “Eu tenho dois filhos, uma família que depende do meu salário. Eu só arredo o pé da greve com aumento” disse “o patrão de carro novo e o peão só come ovo”.Os trabalhadores realizaram uma assembléia e decidiram continuar a greve nesta quinta-feira. “A greve continua na quinta-feira até os patrões se dobrarem” disse Atnágoras Lopes diretor do sindicato e representante da CSP Conlutas.
Walter Santos
Fonte: Sítio da CSP-Conlutas
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