quarta-feira, 29 de junho de 2011

O parlamento de um lado e os trabalhadores e o povo de outro

O governo de Papandreu tem o apoio dos deputados, mas não da população. As novas medidas exigidas pela UE e pelo FMI para entregar o dinheiro que já tinham prometido vão afundar mais a economia grega e, sobretudo, os trabalhadores e os setores mais desfavorecidos.

O pacote votado há um ano para obter a concessão do “resgate” implicou no corte dos salários dos servidores públicos em 15% e até 30% dos trabalhadores das empresas públicas. As aposentadorias foram rebaixadas em 10% e a idade de aposentadoria das mulheres aumentou de 60 para 65 anos. Além disso, dois mil professores foram demitidos com o fechamento ou fusão de colégios, e o IVA aumentou. Essas medidas draconianas serviram ao Executivo não para sair da crise, mas para pagar os prazos e juros da dívida. Após um ano, a situação econômica da Grécia não só não melhorou como continua piorando. Ao cortar os investimentos do Estado e os salários da população, a economia invariavelmente se retrai. O desemprego oficial passou de 11,7% para 15,9% no último ano; 30,5% dos jovens e 35,8% das mulheres estão desempregados.

Mas para os bancos internacionais e para a Alemanha e a França, em particular, não importa que a economia grega continue afundando devido às medidas impostas. O que querem é que seja garantido o pagamento da dívida que eles mesmos geraram. Os novos empréstimos obtidos pelo governo grego são cada dia a juros mais altos. A Grécia tem que pagar juros cinco vezes maiores que os da Alemanha e com uma economia quase em bancarrota. O mecanismo é o seguinte: o Banco Central Europeu e o FMI dizem à Grécia “vamos conceder um empréstimo para que paguem o que nos devem, mas agora o custo será maior”. Mas, ao mesmo tempo, impõem que continue comprando armamento destes países. A Grécia aumentou o orçamento militar no ano passado, chegando a ser o mais alto percentualmente dos países da OTAN, só perdendo para os EUA.

Agora, atrasaram a entrega do empréstimo com o qual tinham se comprometido para o mês de junho. As novas negociações para que a Grécia obtenha este empréstimo incluíram como “garantias” um novo pacote econômico. O governo de Papandreu terá que cortar 150 mil empregos estatais e aprofundar as privatizações das empresas estatais. Venderão 49% das ferrovias estatais, 39% dos Correios, 23% da companhia da água potável de Salônica (a segunda cidade do país), 100% da empresa de loterias do Estado. 10% da operadora nacional OTE já tem comprador: Deutsche Telekom.

Estas novas medidas significam uma profunda colonização dos países centrais da Europa sobre a Grécia. O fato de fazer parte do Euro deixa-lhe sem nenhuma possibilidade de manobra, enquanto as medidas a serem tomadas são impostas em troca de que não declare a suspensão do pagamento da dívida. Este novo pacote vai deixar a economia grega ainda mais arrebentada, com centenas de milhares de desempregados a mais, com cortes na educação e saúde públicas, mas enchendo os bolsos dos banqueiros.

O primeiro-ministro Papandreu, do Pasok (partido social-democrata, como o PSOE), declara que não há mais remédio e ganhou um voto de confiança de seu parlamento. Mas os trabalhadores e o povo grego têm outra opinião. Assim como fez o Movimento 15M na Catalunha, os gregos também rodearam o parlamento exigindo de seus deputados que não votem os cortes impostos pela UE e pelos Bancos Internacionais.

Já convocaram a terceira greve geral deste ano e as mobilizações foram crescendo, sendo a da praça Sintagma (em frente ao parlamento) uma das maiores dos últimos tempos. Papandreu busca se legitimar para levar adiante o pacote com o apoio de seus parlamentares. Os gregos, que há um ano lhe deram a maioria eleitoral, já não o querem porque viram como mentiu mais uma vez. Promete soluções - como o PSOE na Espanha - para depois votar pacotes e cortes. Para barrar este novo pacote que irão aprovar só resta a luta para derrubar o governo.

Como dizem os gregos, não se deve pagar a dívida porque é ilegítima, e se “fosse” legítima seria, em todo caso, imoral, porque supõe a destruição de um país. As soluções que o capitalismo nos oferece para sair da crise não só não nos tiram dela como nos afundam mais, nos deixam sem direitos e mais explorados do que antes. Zapatero diz que é necessário fazer os cortes para que não sejam impostos, como foram à Grécia e a Portugal, mas o resultado é o mesmo: os cortes chegam. Temos que fazer como na Grécia: Greve Geral contra os ataques do capitalismo.

José Moreno Pau
Fonte: Sítio da LIT-QI

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Fim da greve na Bosch: Sindicato e empresa fecham acordo de PLR de R$ 6.500

O acordo foi firmado durante audiência de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na manhã desta sexta-feira

O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) fechou um acordo para Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) de 2011 com a Bosch de R$ 6.500 para 100% das metas, com a antecipação da 1ª parcela de R$ 5.200 para 1º de julho. O acordo foi fechado durante a audiência de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na manhã desta sexta-feira (24). O valor foi alcançado após várias rodadas de negociação e duas audiências no TRT entre a empresa e a entidade sindical. Com isso, a greve de oito dias da Bosch chega ao fim e os trabalhadores retornam às atividades ainda nesta sexta-feira. Na próxima segunda-feira (27), às 6h será realizada uma assembleia informativa para explicar aos trabalhadores os termos do acordo alcançado.

Na primeira audiência, realizada na última quarta-feira, a Bosch recusou a proposta de conciliação feita pela Justiça: a desembargadora Rosemarie Diedriches Pimpão, que presidiu a sessão, havia sugerido uma proposta de conciliação com PLR de R$ 7 mil para 100% das metas. Com a apresentação de nova proposta pelo Tribunal no dia de hoje e aceita pelas duas partes, o presidente do SMC, Sérgio Butka afirmou que o acordo fechado não foi o ideal, mas foi a alternativa encontrada para acabar com a situação vivenciada pelos trabalhadores durante a greve. “A Bosch pegou pesado no assédio moral e pressionou os trabalhadores para voltarem às atividades, inclusive com ameaças”. Segundo ele, a postura da empresa não condiz com a realidade que vivemos de capital e trabalho buscarem de forma democrática soluções para seus impasses.

Dias parados

Ficou acordado que a compensação dos dias parados seria feita da seguinte forma: Das 40 horas que foram deixadas de trabalhar serão compensadas apenas 30 horas. A compensação não poderá ser realizada aos domingos e feriados e ficará limitada a quatro horas por mês.

Fonte: Sitio da CSP-Conlutas 

Cipeiro reintegrado na Peugeuot se elege para novo mandato

Wagner Silva, mecânico de manutenção da multinacional francesa PSA Peugeot Citroën, com sede em Porto Real (RJ), foi eleito no dia 22 de junho para a da CIPA da montadora, como o segundo operário mais votado.

Wagnão, como é conhecido no chão da fábrica, havia sido demitido no final do mês maio. Foi a forma truculenta que a empresa achou de intimidar os que ousam defender os trabalhadores na busca por condições de trabalho seguro.

A vitória pela reintegração do companheiro só foi possível pela intervenção direta da CSP-CONLUTAS, que soltou milhares de panfletos na região denunciando a situação e dando todo o apoio jurídico ao caso.

Peugeot: Fábrica de lucro e superexploração

A montadora se destaca na superexploração e nos baixíssimos salários, o que a levou ser uma das empresas do ramo instaladas no país que mais cresceu na década de 90. Sua sede pelo lucro é insaciável. Atualmente produz 150 mil unidades por ano e projeta crescer essa produção para 220 mil em 2012, ou seja, uma média de 602 carros por dia. No entanto, nem de longe a participação nos lucros para os trabalhadores reflete esses números. Depois de muita briga, obtiveram uma PLR de apenas R$ 5.500, uma das menores do país.

A Peugeot funciona em 3 turnos ininterruptos e possui 5 mil operários, número totalmente insuficiente para obter essa produção recorde. Esse fato, por um lado potencializa ao máximo a exploração da mão de obra, destruindo com a saúde do operário, e por outro, garante uma altíssima lucratividade. 

Aos poucos, a história vai mudando

A vitória de Wagner Silva e de outros metalúrgicos que contestam essa situação na eleição da CIPA é algo que demonstra novos ventos de mudança na região Sul Fluminense. Esse ano, por 3 vezes consecutivas os metalúrgicos negaram a proposta de reajuste salarial e PLR da empresa, que contava com o apoio descarado do sindicato dos metalúrgicos, até pouco tempo ligado a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e agora filiado à Força Sindical.

A vontade dos trabalhadores era por greve, mas infelizmente, o sindicato foi um das grandes barreiras. Mesmo assim, com uma mobilização de “formiguinha” ocorrida no interior da fábrica, os metalúrgicos conseguiram arrancar um plano de cargos que reajustou o salário dos trabalhadores da produção em 21%.

Parabéns a todos os operários e operárias da região, que estão de “alma lavada” e mais fortalecidos para as lutas que ainda virão!

ELTON CORRÊA E TARCISIO XAVIER, DE VOLTA REDONDA (RJ)
Fonte: Sítio do PSTU

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Comercial do Sindicato dos trabalhadores da Construção Civil é censurado pela TV Diário


A TV Diário foi contratada no final do mês de abril pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Construção Civil de Fortaleza (STICCRMF), para veicular um VT de 30’(propaganda de 30 segundos) de esclarecimento da legitimação da greve da categoria.

O VT de 30’, segundo o plano aprovado pelo sindicato e a emissora, deveria entrar no ar, em diversos horários, nos dias 28 e 29 de abril.

O VT foi pago a vista pelo contratante e submetido como de praxe à aprovação da OPEC, órgão responsável pela veiculação. É importante registrar que no contrato assinado e redigido pela emissora existe a afirmação de que a relação de contratação não pode ser quebrada em função de o produto ser perecível, ou seja, perder sua função após a data determinada.

Embora o comercial não tenha ido ao ar, a emissora contratada não entrou em contato com o sindicato e com a agência que fez o VT para informá-los. Somente no dia 31 de maio foi descoberto que a TV Diário havia vetado o comercial, sem que houvesse qualquer irregularidade técnica ou legal que impedisse sua veiculação.


O sindicato e a agência SJ Produções e Publicidade entrarão com uma ação contra o veículo pelos danos materiais e morais causados pela censura da TV DIÁRIO ao direito de livre expressão dos trabalhadores da construção civil.

“Desde 1995 que exerço a função de publicitário e em todo esse período, jamais presenciei uma censura desse tipo feita por um veículo de comunicação” declarou Souza Junior, proprietário da agência SJ produções.

Para Souza Junior, “a atitude da TV Diário, que é um órgão de concessão pública, é inaceitável porque sequer deram oportunidade ao sindicato de veicular o VT em outra emissora, pior do que censura prévia, usaram de má fé para impedir o direito de livre expressão sindical”.

Para a assessora de comunicação do STICCRMF, Marina Valente, a postura da TV Diário demonstra que não houve profissionalismo por parte do setor administrativo da emissora e também uma prova de que os interesses das emissoras muitas vezes se sobrepõem ao interesse público no Brasil.

“os trabalhadores foram prejudicados e a atitude da emissora contribuiu para a continuidade da marginalização do movimento resultando em possíveis danos ao processo reivindicatório da categoria”, Reforçou, Valente.

A direção do sindicato, que é ligado a Central Sindical e Popular (CSP/Conlutas), acredita que a censura foi motivada pelo fato do sindicato patronal, Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (SINDUSCON), ter um programa na grade da TV contratada, além da emissora ter veiculado comerciais contra a greve dos trabalhadores da construção civil.


Fonte: Voz do Peão

Trabalhadores de fornecedora da Embraer entram em greve

Funcionários da Astra cruzaram os braços contra atrasos no pagamento de direitos

Em protesto contra uma série de irregularidades trabalhistas, os metalúrgicos da Astra – fornecedora da Embraer – entraram em greve nesta quarta-feira, dia 22. O estopim para o início da mobilização foi mais um atraso no pagamento de salário. O Sindicato vai entrar com ação de arresto de bens para garantir os direitos dos trabalhadores.

Desde 2008, a empresa vem acumulando pendências com os funcionários, como atraso no FGTS, INSS e salários. Nesse período, os trabalhadores da Astra já realizaram diversas paralisações para pressionar a empresa a regularizar a situação. O adiantamento salarial de julho, que deveria ter ocorrido no último dia 20, ainda não foi pago.

Na Justiça do Trabalho, há cerca de 40 processos trabalhistas contra a empresa, por falta de pagamento de verbas rescisórias.

A Astra traz um histórico de irregularidades. Há casos em que o FGTS não é depositado há 35 meses. O INSS não é depositado há três anos. Além disso, a empresa não cumpriu o acordo de PLR assinado no ano passado e que deveria ter sido pago em janeiro deste ano. Pressionada pelo Sindicato e pelos trabalhadores, a empresa só fez o pagamento esta semana.

“Os proprietários da Astra, Patrícia e Paulo Couto, têm outras quatro empresas em São José dos Campos, a produção na fábrica está normal e as vendas estão acontecendo. Portanto, exigimos que a empresa quite todas as pendências trabalhistas. Os trabalhadores não podem ser penalizados pela irresponsabilidade dos patrões”, afirma o diretor do Sindicato Eduardo Carneiro.

A Astra faz trabalhos de usinagem de peças para a Embraer e possui cerca de 60 trabalhadores.

Fonte: Sítio do SINDMETALSJC

terça-feira, 21 de junho de 2011

Abaixo da média de mercado, proposta da Bosch é reprovada por metalúrgicos e greve continua

Chão de fábrica permanece parado.
Maioria do administrativo roeu a corda.
Caso a empresa ofereça uma nova proposta até o final da tarde de hoje, será realizada uma assembleia na manhã desta quarta-feira (22) 

Os 3,65 mil metalúrgicos da Bosch rejeitaram a nova proposta apresentada pela empresa e continuam de braços cruzados. A greve entra hoje no 5º dia. A maior metalúrgica do Paraná apresentou uma proposta de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) muito abaixo do que o mercado vem pagando. A Bosch ofereceu uma PLR de R$ 6 mil para 100% das metas, R$ 7 mil para 115% das metas (o que é inatingível, pois as metas já estão extremamente arrochadas) e R$ 8 mil para 130% das metas (patamar igualmente inatingível), com 1ª parcela de 5,2 mil para julho. Empresas de mesmo porte fecharam uma PLR bem maior do que a apresentada pela Bosch, como é o caso da CNH (R$ 8 mil), da Renault (R$ 12 mil), da Volvo (R$ 15 mil) e da Volks (R$11,5 mil). Indústrias de porte menor também estão pagando PLR maiores, tais como a Cabs (60 funcionários e PLR de R$ 7 mil para 100% das metas) e a Seccional (63 funcionários e PLR de R$ 8 mil para 100% das metas). 

Caso a Bosch ofereça uma nova proposta até o final da tarde de hoje (21), será realizada uma nova assembleia na manhã desta quarta-feira (22) para definir os rumos da mobilização. Caso a empresa não se manifeste e não apresente uma nova proposta, uma nova assembleia será realizada apenas na próxima segunda-feira (27).

Na avaliação do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, a proposta apresentada pela Bosch está abaixo do esperado pelos trabalhadores. “Temos que considerar o valor para 100% das metas, por que na Bosch jamais foi alcançado acima de 104%, e R$ 6 mil está muito abaixo do valor reivindicado pelos trabalhadores”. 

A reivindicação dos metalúrgicos é de uma PLR de, no mínimo, R$ 9 mil para 100% das metas, valor que representa a média dos benefícios de PLR pagos por empresas do porte da Bosch. 

Administrativo aprova proposta

Os 950 trabalhadores do setor administrativo da Bosch aprovaram a proposta em assembleia na manhã de hoje e voltaram a trabalhar . 

Bosch Curitiba

A fábrica da Bosch, localizada na Cidade Industrial de Curitiba, produz bombas injetoras para sistemas a diesel. A empresa possui mais três plantas no Brasil: duas em Campinas (SP) e uma em Aratu (BA), as quais empregam que empregam 6,6 mil trabalhadores. As unidades instaladas no país fabricam produtos e prestam serviços automotivos para montadoras e para o mercado de reposição, ferramentas elétricas, sistemas de segurança, termotecnologia, máquinas de embalagem e máquinas industriais. Em 2010, os lucros da Bosch mundial chegaram a R$ 118 bilhões.

Fonte: Sítio do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba

domingo, 19 de junho de 2011

Curitiba: Metalúrgicos da Bosch votam massivamente a favor da greve

Nesta manhã de 17 de junho, na CIC (Cidade Industrial de Curitiba), os 4.600 metalúrgicos da planta da Bosch aprovaram massivamente greve por tempo indeterminado. Os operários repudiaram a proposta da empresa alemã no voto e com vaias. 

A Bosch de Curitiba produz bombas injetoras para sistemas diesel e nos últimos anos é uma das empresas que pagou as menores PLR´s na categoria, apesar de ser uma das mais lucrativas. O lucro da empresa no Brasil em 2010 foi de R$ 4,5 bilhões, ao passo que o faturamento mundial foi de R$ 118 bilhões. A proposta apresentada aos trabalhadores e rejeitada por esmagadora maioria foi de R$ 4,8 mil para 100% das metas e de R$ 6 mil para 130% das metas.

A enorme vitória que obtiveram os metalúrgicos da Volks após uma longa greve, conquistando R$ 11,5 mil de PLR, os trabalhadores da Renault (R$ 12 mil de PLR) e da Volvo (R$ 15 mil de PLR), além das inúmeras autopeças e fábricas metalúrgicas de outros segmentos, fortificou o ânimo dos operários da categoria, que estão realizando uma onda de greves vitoriosas no parque industrial de Curitiba.

Na CNH (Case New Holland), que fabrica máquinas colhedoras e tratores agrícolas, os trabalhadores aceitarem nesta manhã sem greve a proposta da empresa de R$ 8 mil para PLR, valor 60% superior ao que foi pago no ano passado. Preocupadas com a onda de greves, algumas empresas estão apresentando propostas 60 – 70% superior ao que pagaram no ano de 2010 já no início das negociações.

O PSTU apoia greve dos operários da planta da Bosch. Os trabalhadores reivindicam PLR de R$ 9 mil para 100% das metas, e pela força da assembleia e disposição de luta que contaminou a todos, tem tudo para saírem vitoriosos.

MARCELLO LOCATELLI BARBATO, DE CURITIBA (PR)
Fonte: Sítio do PSTU

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Operários terceirizados param plataformas de petróleo da Bacia de Campos

É histórico! Os operários terceirizados pararam por tempo indeterminado na Bacia de Campos. Neste dia 14 de junho, em Macaé (RJ), cerca de 400 operários foram a assembleia dos trabalhadores da construção, pintura e montagem das plataformas de petróleo da Bacia de Campos e deflagraram greve por tempo indeterminado. Além destes, foram apresentadas mais de 1.500 assinaturas. representando os trabalhadores favoráveis a greve mas que estavam embarcados nas plataformas. 

O presidente do sindicato (SINTIPICC), no início da assembleia, até que tentou desviar a greve, para uma via meramente jurídica e aceitar a proposta da patronal. Mas os operários estavam “virados no capeta” e nem deixaram terminar sua fala, interrompida aos gritos de "greve, greve". Os mais antigos contam que há muitos anos não se via algo assim.

A mobilização começou há 45 dias com uma primeira assembleia que surpreendeu o sindicato e votou pela paralisação de dois dias. As redes sociais funcionaram como rastilho de pólvora e “incendiaram” os mares tomando as plataformas uma à uma. Foram dezenas de plataformas entre elas: Cherne-1 e 2, Enchova, PNA-1 e 2, P-7, P-8, P-48, P-20, P-12 e outras. Boa parte das operações foram interrompidas já que os terceirizados são em maior número nas plataformas da Petrobrás. Desde os guindastes até os pousos dos helicópteros, que são o único meio de transporte de pessoas para as plataformas, foram paralisados. Algumas lideranças da greve foram obrigadas a desembarcar mas os trabalhadores ameaçaram “sair no braço” se os líderes fossem retirados. No dia 15, na mesa de negociação, a patronal rejeitou nosso pedido de 30% aumento salarial, oferecendo apenas 9%. Sendo assim, dia 21 já começam os piquetes nos aeroportos, de onde partem as aeronaves que levam os trabalhadores às plataformas.

Terceirização

Certamente a terceirização nas unidades da Petrobrás é das mais absurdas do país. Para cada trabalhador efetivo da empresa, existem 6 terceirizados, que cumprem as mais diversificadas tarefas, desde a movimentação de cargas, cozinha, limpeza, até atividades bastante complexas de mecânica, estimulação de poços, robótica submarina e outras.

Os contratados, na sua maioria, ganham salários muito baixos e executam as tarefas mais perigosas. De todos os acidentes com morte, que ocorrem nas embarcações, 80% são com os contratados. A carga horária de embarque para um trabalhador efetivo da Petrobrás, é de 14 dias de trabalho para 21 dias de folga. Já um terceirizado que embarca, é de 14 dias de trabalho para 14 dias de folga. Porém, nas plataformas que não são da Petrobrás, é possível encontrar trabalhadores embarcados há mais de 50 dias. As mulheres contratadas sofrem muito com os assédios. Muitas são demitidas ao engravidar e geralmente ganham muito mal.

O banditismo sindical

Outro grande problema do trabalhador offshore (embarcado) são suas representações sindicais. São vários sindicatos para várias funções que só dispersam e atrapalham a unidade dos trabalhadores. O SINTPICC é dirigido há anos por uma família. Muitos de nós trabalhadores nos queixamos de sempre que entramos no sindicato somos logo abordados por capangas armados que nos tratam como se fôssemos marginais. O enriquecimento, as relações promíscuas com a patronal e o banditismo são características dessas direções que tornam a luta contra o patrão uma verdadeira guerra perigosa. Por outro lado, são direções detestadas pela classe operária. 

O SINTPICC nunca chamou tal mobilização no passado e atua contra ela desde o início. Mesmo na greve, o sindicato continua amplamente rechaçado na base.

Tomar de greve a Bacia de Campos

A Bacia de Campos é responsável por 85% da produção de petróleo nacional, além de Cabiúnas, onde ameaça parar também, que produz 52% do gás natural. O Petróleo é a principal base energética de toda a sociedade capitalista moderna. Esta produção é estratégica para a Soberania Nacional e principalmente para o povo e os trabalhadores.

Os petroleiros efetivos e contratados devem se unir, em uma greve unificada. Em breve começará a brava campanha de PLR da Petrobrás. A audácia e a coragem do inesperado já começam a incendiar a Bacia e a sua chama parece queimar e contagiar quem estiver próximo.

MIGUEL FRUNGE, DE MACAÉ (RJ)
Fonte: Sítio do PSTU

Operários do Mineirão fazem greve, pedem aumento e acusam más condições na obra

Obras do Mineirão, que seguem o cronograma, são ameaçadas pela greve dos trabalhadores.

Os operários do Mineirão iniciaram uma greve, nesta quarta-feira, pedindo melhores salários e melhores condições de trabalho na obra do estádio. A manifestação aconteceu do lado de fora do estádio e foi coordenada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção de BH e Região. A Minas Arena, consórcio responsável pela reforma, nega as acusações dos trabalhadores e se diz aberta à negociação.

“Os trabalhadores pararam as atividades. O que está acontecendo na reforma do Mineirão é vergonhoso. Além dos baixos salários, falta banheiro, falta água… O trabalhador parou exigindo essas melhorias. Parou para reivindicar um trabalho melhor”, disse Osnir Ventura, presidente do sindicato.

Segundo o sindicalista, a grande maioria dos trabalhadores parou suas atividades. Apenas cerca de 30 funcionários estariam dentro da obra, em uma “operação-tartaruga”, como classificou Ventura. A Secretaria Extraordinária de Copa do Mundo de Minas Gerais contesta a informação e, em nota oficial, diz ter sido informada pela Minas Arena que 60 máquinas e equipamentos seguem funcionando normalmente.

A empresa também nega as acusações de falta de banheiros e água, diz que segue padrões de qualidade e segurança e se diz aberta ao diálogo.

Atualmente, os trabalhadores recebem R$ 926 (oficiais) e R$ 605 (serventes) e 60% por hora extra. Eles pedem um aumento de para R$ 1250 e R$ 850, respectivamente, além de hora extra de 100% e uma cesta básica de 35 kg.

Segundo Osnir Ventura, a Minas Arena, consórcio responsável pela reforma do Mineirão, promete uma resposta aos pedidos até as 17h desta quinta.

Os trabalhadores em greve já voltaram para suas casas e prometem realizar uma assembleia na manhã da próxima quinta para deliberar sobre a resposta da empresa.

Gustavo Franceschini
Em São Paulo do Uol (do sítio da CSP-Conlutas)

terça-feira, 14 de junho de 2011

Metalúrgicos da Volks em Curitiba conquistam vitória após quase 40 dias de greve

Foto: www.simec.com.br

No último dia 10 de junho, após quase 40 dias, acabou a greve dos operários da Volks situada no PIC (Parque Industrial de Curitiba), um dos complexos industriais da capital que comporta, além da montadora alemã, diversas autopeças do setor automotivo. 

A disposição de luta dos metalúrgicos da Volks foi um exemplo importante para o conjunto da classe operária de todo país. A empresa se manteve intransigente desde o início, durante todo o período de greve apresentou apenas duas propostas ao sindicato, mas ao final foi obrigada a conceder o chamado “pacotão” aprovado em assembleia pelos trabalhadores. 

Os metalúrgicos ganharam mais do que os R$ 11,5 mil de PLR, obtiveram reajuste de 10,3% nos salários para 2011. Além do abono de R$ 4,2 mil que será pago no final deste ano, conquistaram também avanços no Plano de Cargos e Salários que era reivindicado há mais de dois anos.

Na maioria das fábricas grandes, médias e até mesmo em algumas pequenas, as greves estão arrancando conquistas importantes. A média nos valores pagos de PLR em 2011 na maioria das empresas tem sido 50 - 70% superior em relação à PLR paga em 2010. Nesta semana, duas fábricas importantes da CIC (Cidade Industrial de Curitiba) poderão entrar em greve, em assembleias na porta das plantas da CNH (Case New Holland) e da Bosch os trabalhadores rejeitaram as propostas apresentadas pelas empresas.

É importante entender os motivos e a situação em que acontecem essas greves e lutas econômicas. Em todo país diversas categorias saíram para a luta neste início de governo Dilma. Na construção civil, na educação básica, no serviço público federal, no serviço militar como é caso dos bombeiros do Rio, entre outras. Após 2008, quando estourou a crise econômica mundial, e mais de 1 milhão de demissões aconteceram em todo país, as empresas aumentaram brutalmente a exploração sobre a classe operária, a produtividade aumentou de maneira absurda e, a partir de 2010, as empresas voltaram a investir em contratação e máquinas. 

O agravante é que desde o ano passado a inflação não para de crescer, o que fez o poder de compra do trabalhador diminuir.

No interior das fábricas e nos canteiros de obras os trabalhadores sofreram com o aumento da exploração nos últimos anos, ao mesmo tempo em que viram os lucros da empresas aumentarem. As greves econômicas por melhores salários que assistimos ocorrem porque os trabalhadores resolveram reagir frente ao aumento da inflação, que corrói os salários e aumenta os lucros dos capitalistas. Esta é a situação que os operários da grande Curitiba resolveram enfrentar, através das mais variadas manifestações esta é a situação que deu impulso à disposição de luta que o país assistiu.

O problema é que a inflação vai continuar, porque o governo optou governar para os capitalistas. As conquistas salariais de agora logo serão perdidas em curto prazo. A tendência é que as empresas endureçam e resistam mais em conceder as reivindicações aos trabalhadores nos próximos anos, sobretudo porque o crescimento da economia começa a desacelerar, mas a inflação não dá sinais de diminuir. Sabemos que a maioria do povo brasileiro segue confiando em Dilma, mas temos que dizer que este governo é o maior responsável por garantir os lucros aos capitalistas e também pelo aumento da inflação que corrói nossos salários. Por isso exigimos de Dilma o congelamento dos preços e uma política que priorize o povo pobre e dê fim à inflação.

MARCELLO LOCATELLI BARBATO, DE CURITIBA (PR)
Fonte: Sítio do PSTU

Trabalhadores do Metrofor continuam com atividades paralisadas

Os trabalhadores do Metrofor continuam paralisados nesta terça-feira (14). A mobilização começou ainda nesta segunda-feira (13); eles aguardam uma decisão das empresas sobre as reivindicações por melhores salários, feitas em 1º de abril de 2011.

O protesto envolve trabalhadores do Metrofor, mas ontem (13) era inda mais abrangente, também estavam paralisados os trabalhadores do Pecém e do Castelão, mas eles entraram em acordo, e retornaram às atividades.

Todos os trabalhadores do Metrofor estão reunidos em assembleia na Rua 24 de Maio, no Centro de Fortaleza. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada (Sintepav-CE), os trabalhadores vão paralisar as atividades durante todo o dia de hoje (14).

Os trabalhadores reivindicam reajuste de 13%, cesta básica e adicional de insalubridade e periculosidade. De acordo com o Sintepav, caso as reivindicações não sejam atendidas, eles vão continuar paralisados.

Da Redação às 9:46 de 14/06/2011 - Atualizada às 9:46
Redação Jangadeiro Online, com informações da repórter Caroline Ribeiro

sexta-feira, 10 de junho de 2011

2 operários morrem em obra do Centro de Feiras do CE

Os operários caíram de uma altura de 15 metros. Eles ainda foram levados a um hospital onde já chegaram sem vida


Dois operários morreram no início da tarde de ontem na construção do Centro de Feiras e Eventos do Ceará, obra do Governo do Estado que está em andamento na avenida Washington Soares. Antônio Marcos da Costa e Francisco Antônio Felipe da Silva, conforme informações obtidas no local com dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Fortaleza, caíram de uma altura de 15 metros quando uma laje e o andaime onde estavam trabalhando desabou.

José Ribamar Pereira de Almeida, diretor do Sindicato, disse que ao chegar ao canteiro de obras soube que haviam quatro operários envolvidos no trabalho. Um deles havia saído pouco antes para apanhar material, e outro se encontrava em um ponto seguro do andaime que não chegou a desabar. Ainda segundo ele, os trabalhadores informaram que as vítimas não usavam equipamento de segurança, informação, que adiantou, teria sido desmentida pela empresa Galvão Engenharia, responsável pela obra.

O sindicalista disse ainda ter sido informado que Antônio Marcos e Francisco Antônio ainda chegaram a ser encaminhados para o Hospital Militar, na avenida Desembargador Moreira, mas já teriam chegado ao local sem vida. José Oscar Alexandre Gomes e Sérgio Gomes Magalhães, outros dirigentes sindicais que estiveram na obra ontem, afirmaram que este foi o segundo acidente ocorrido naquela construção este ano.

No primeiro, em janeiro passado, não houve mortes, mas quatro operários sofreram ferimentos no desabamento do andaime onde trabalhavam a uma altura de 50 metros, ainda segundo o sindicato. As vítimas, nesse caso, eram ligadas a empresas terceirizadas que atuam em obras no local. Ontem logo após o acidente, os operários foram liberados, e hoje terão folga para participar das homenagens aos colegas mortos. Os dirigentes do sindicato denunciaram o perigo do não uso dos equipamentos de segurança em obras.

ENTENDA A NOTÍCIA

O projeto do Centro de Feiras e Eventos foi lançado pelo governador Cid Gomes em 17 de julho de 2008. As obras começaram em 2009 e desde então vem sendo acompanhadas pela Secretaria do Turismo (Setur).

SAIBA MAIS

Em nota a empresa Galvão Engenharia divulgou o seguinte: “O Consórcio Galvão Andrade Mendonça, com pesar, lamenta o falecimento de dois funcionários na obra de Construção do Centro de Eventos .O Consórcio junto as autoridades competentes está apurando os fatos e prestando a devida atenção aos familiares das vítimas”.

O Pavilhão de Feiras e Eventos de Fortaleza será um centro de convenções que sediará palestras, feiras, shows, congressos, workshops, exposições, seminários, eventos esportivos, e diversos outros realizados na capital cearense. Quando estiver pronto, o espaço poderá receber até 30 mil pessoas em um único evento. Serão investidos R$ 270 mil.

Fonte: Jornal O POVO

quinta-feira, 9 de junho de 2011

PSTU apoia greve dos metalúrgicos da Volks

Leia nota divulgada pelo partido nesse último dia 7

PSTU-CURITIBA

A greve dos metalúrgicos da Volks na região metropolitana de Curitiba chegou ao 34º dia. A empresa se mantém intransigente e não aceita a reivindicação dos trabalhadores, que querem 12 mil reais de PLR, dividido em duas parcelas de 6 mil reais. Outra reivindicação importante destes trabalhadores é com relação ao não desconto dos dias parados.

Apoiamos integralmente a reivindicação destes metalúrgicos e oferecemos a nossa mais ampla solidariedade de classe. Nos colocamos a disposição para ajudar agrupar as organizações e partidos que defendem os trabalhadores numa campanha para cercar de apoio e solidariedade a greve dos operários da Volks. Acreditamos que esta iniciativa poderia dar mais força a esta luta tão importante que está sendo travada. Todo apoio e ajuda que o sindicato dos metalúrgicos precisar poderá contar com o nosso esforço. Caso o sindicato dos metalúrgicos avalie necessário, as organizações dos trabalhadores devem se colocar a ajudar na construção de um fundo de greve capaz de dar suporte a esta luta.

Desde o início da crise econômica em 2008 – 2009, assistimos à política dos governos federal e estadual de dar inúmeros incentivos as montadoras. A produção e os lucros destas empresas só aumentaram de lá para cá, apoiadas nas isenções de impostos e na super exploração dos trabalhadores.

Agora vemos a inflação corroer os salários do conjunto do povo assalariado, com o aumento absurdo do preço dos alimentos, combustíveis, da casa própria e das tarifas de transporte e serviços. Ao mesmo tempo, ficamos indignados quando vemos o pífio aumento de apenas 6% que os parlamentares concederam ao salário mínimo, enquanto os seus próprios salários e do presidente Dilma aumentaram em 62% e 134% respectivamente. Por isso entendemos que os governos e parlamentares também são responsáveis pela situação que enfrentam estes trabalhadores, porque só favoreceram as grandes empresas e a si próprios.

Curitiba, 07 de junho de 2011

Fonte: Sítio do PSTU

terça-feira, 7 de junho de 2011

CSP-Conlutas e demais centrais levam apoio à luta dos metalúrgicos da Volkswagen (PR) em greve


Os trabalhadores da Volkswagen, em São José dos Pinhais (PR), em greve há mais de 33 dias, realizaram nesta segunda, uma assembleia ato na porta da fábrica, no qual decidiram pela continuidade da greve.

A CSP-Conlutas foi representada na assembleia pelo membro da Secretaria Executiva, Luiz Carlos Prates (Mancha), secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que levou solidariedade à greve dos metalúrgicos com o intuito de fortalecer ainda mais a mobilização desses trabalhadores em luta por uma melhor PLR (Participação nos Lucros).

Estiveram presentes além da nossa Central, o presidente da Força Nacional e deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força; o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Miguel Torres; o presidente da Federação dos Metalúrgicos de São Paulo, Cláudio Magrão; o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (SP), Isaac do Carmo; o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul (SP), Aparecido Inácio da Silva (Cidão); o presidente do Sindicato de São Carlos (SP).

Nesta terça-feira (7) haverá nova negociação do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba com a empresa.

Os metalúrgicos reivindicam uma PLR no valor de R$ 12 mil, com pagamento da 1º parcela no valor mínimo de R$ 6 mil. A empresa tem se mantido intransigente, alega que as propostas apresentadas pela categoria são exageradas e está em queda de braço com o Sindicato que representa dos trabalhadores.

Segundo informações de Mancha, se não houver uma resposta satisfatória e a greve continuar, metalúrgicos de todo país irão deflagrar um grande movimento de solidariedade à greve dos metalúrgicos de São José dos Pinhais.

“As montadoras estão batendo recordes de produção de carros nos últimos anos mesmo durante a crise econômica quando o governo fez uma série de concessões fiscais. Portanto, a reivindicação dos operários da Volks é justa e legítima. Nesta queda de braço estamos unidos e firmes para impedir que se abra um período de ataques aos direitos e reivindicações dos trabalhadores sejam eles PLR, salários, emprego ou qualquer outro direito conquistado”, finalizou Mancha.

Fonte: Sítio da CSP-Conlutas

domingo, 5 de junho de 2011

Brasil, terra de peão de luta


Vídeo produzido pela CSP Conlutas do Ceará tendo como pano de fundo as greves dos operários da construção civil do início do ano de 2011. O vídeo possui cenas de Suape, Pecém, Jirau e Fortaleza.

Trabalhadores da Heatcraft aprovam PLR de R$ 3 mil

Categoria cruzou os braços por nove dias para pressionar empresa

Os trabalhadores da Heatcraft aprovaram, em assembleia no 1º turno, nesta sexta-feira, dia 3, o acordo fechado em audiência no Tribunal Regional do Trabalho – 15ª Região. A categoria receberá uma PLR de R$ 2 mil em junho, mais R$ 1 mil atrelados a metas, em janeiro.

A audiência aconteceu na última quinta-feira e foi acompanhada por cerca de 20 trabalhadores da Heatcraft. A PLR foi para dissídio coletivo impetrado pela própria empresa, que se recusava a atender a reivindicação dos metalúrgicos. 

Os trabalhadores ficaram em greve durante nove dias, dando um grande exemplo de luta. Apenas quatro dos dias parados serão descontados, de forma que fiquem distribuídos em três meses.

"A força da mobilização pressionou a empresa e garantiu a redução das metas abusivas que os patrões queriam impor. A PLR não pode ser usada para aumentar a exploração. Foi uma grande demonstração de unidade e organização dos trabalhadores que estão de parabéns", avalia o diretor Luciano Marcedo César.

A Heatcraft possui 270 trabalhadores e fica na Zona Leste de São José dos Campos.

Fonte: Sítio do SINDMETALSJC

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Mineiros saem vitoriosos de greve contra a CSN

Nesta quarta-feira, 1º de junho, foi suspensa a greve dos 2500 trabalhadores da mina Casa de Pedra da CSN, em Congonhas (MG). Após cinco dias de uma forte greve, a CSN apresentou uma nova proposta aos trabalhadores, a qual será levada à assembleia geral da categoria nesta sexta-feira, dia 3.

O acordo apresentado prevê 8,3% de aumento salarial retroativo a maio, R$ 250 no Cartão Alimentação, R$ 300 de abono, não desconto dos dias parados, estabilidade de 90 dias para os grevistas, nenhuma punição aos trabalhadores. Na opinião do sindicato o acordo foi insuficiente, mas representou um avanço em relação à última proposta.

Greve histórica

A greve dos trabalhadores mineiros da CSN teve um significado histórico. As últimas greves do setor mineral no país datam da década de 80. Ao cruzarem os braços por cinco dias, enfrentando a brutal repressão da empresa e da polícia, os funcionários da CSN abriram um novo caminho para os trabalhadores da mineração. “A partir de agora a palavra ‘greve’ ecoará por todas as minas do Brasil e incendiará a campanha salarial da Vale no segundo semestre” afirma Valério Vieira, presidente do sindicato.

Mineiros derrotam a CSN

A CSN, buscando derrotar a greve, apelou para a violência física e psicológica sobre seus trabalhadores. Seu único objetivo era, através da truculência e brutalidade, destruir pela força o movimento.

Primeiro, a empresa fez ameaças dizendo que ia “cortar todos os benefícios” dos trabalhadores. Depois, contratou “bate-paus” e “capangas” armados para amedrontar a categoria.

Não satisfeita, a CSN deixou em cárcere privado dezenas de trabalhadores no interior da mina, que foram obrigados a trabalhador mais de 24h seguidas. Não conseguindo quebrar a greve que estava muito forte, conseguiu na calada da noite uma liminar “fantasma” que impediu os piquetes de esclarecimento.

Ainda desesperada com a força da greve que comprometia a produção, a empresa partiu para as ameaças de demissões, assediando os funcionários e suas famílias. “A CSN extrapolou todos os limites e nos relembrou os piores momentos da Ditadura Militar, em que eram proibidos o direito de greve e a livre organização dos trabalhadores” explica Efraim Moura, coordenador das negociações pelo sindicato.

Mas não foi suficiente a violência. A greve já havia conquistado os corações e mentes dos trabalhadores e foi além, conseguiu o apoio e a solidariedade ativa de toda a sociedade. Moradores, aposentados, estudantes, professores, enfim, a população ficou do lado da greve. A igreja da cidade, os vereadores, as associações de moradores também estavam pela greve.

Ao final, a CSN se viu isolada e odiada pelo conjunto dos trabalhadores e pelo povo. A derrota - política e moral - da empresa foi categórica. “Da cidade de onde retiram a riqueza e deixam os buracos e a destruição, a empresa sentiu somente o repúdio e a indignação. A luta econômica tornou-se política. A CSN terá dias difíceis pela frente. Essa luta que começou pelos salários, agora é também pelo controle da riqueza produzida, o povo e os trabalhadores sabem: o minério tem que ser nosso! A luta só começou...”, afirma Valério Vieira, presidente do sindicato Metabase Inconfidentes, que é filiado a Central Sindical CSP-Conlutas.

Próximos passos

O sindicato Metabase acredita que a greve foi apenas o início de uma importante e longa luta contra a exploração e ganância da CSN. Por isso, encaminhará as seguintes propostas:

1 - Sindicato fará uma grande assembleia para discutir com os trabalhadores as lições da greve e aprovar a proposta de acordo dia 3 junho (sexta-feira).

2 - O sindicato vai iniciar, em conjunto com a sociedade civil organizada, uma campanha em defesa de Congonhas com o lema "O Minério tem que ser Nosso".

3 - O Metabase vai entrar com uma representação no Ministério Público, na Comissão de Direitos Humanos da ALMG e na corregedoria da PM para apurar as violações aos direitos humanos ocorridos durante a greve.

SINDICATO METABASE INCONFIDENTES
Fonte: Sítio do PSTU

quarta-feira, 1 de junho de 2011

TV SINDMETALSJC: Greve na Heatcraft

Costureiras cruzam os braços em Fortaleza

Nesta terça, 31 de maio, as costureiras da fábrica ILP do grupo Di Lady Langeries, fizeram uma importante paralisação de duas horas na porta da empresa. 

Como parte da campanha salarial, a paralisação também teve como foco a denúncia das condições humilhantes as quais as trabalhadoras estão submetidas. Uma longa lista como a péssima qualidade do almoço, assédio moral dos gerentes, exigência de metas abusivas e acidentes de trabalho, fez com que as operárias cruzassem os braços.

Além de a empresa cometer todas essas irregularidades, ainda chamou a polícia para intimidar os trabalhadores. Mas, o tiro saiu pela culatra. Ao tentar agredir um diretor do Sindicato da Construção Civil, a polícia foi cercada por dezenas de costureiras, que impediram a agressão e obrigaram os policiais a tomarem o caminho de volta.

O Sindicato da Confecção Feminina, juntamente com os demais apoiadores da CSP-Conlutas (Sindicatos dos Rodoviários, Construção Civil e Movimento Mulheres em Luta), fizeram coro com as trabalhadoras ao puxarem a palavra de ordem: “Chega de Picote!”

Os “picotes” são pequenos pedaços de papel que, a cada operação, são picotados e colados às peças como uma forma de controlar o ritmo de trabalho. Aquelas que não chegam a 4.000 picotes diários não batem a meta e acabam sofrendo vários tipos de retaliações.

A paralisação das costureiras, enfrentando o patrão e a polícia, demonstra que, apesar de sofrerem todos os dias com a falta de creches e com a dupla jornada de trabalho, estas operárias estão dispostas a lutar pelos seus direitos e salário. E esse é só o começo da campanha salarial, a Construção Civil mostrou o caminho e as operárias mostraram que querem seguir por ele.

PAULA FARIAS, DE FORTALEZA (CE)
Fonte: Sítio do PSTU