Nesta terça, 31 de maio, as costureiras da fábrica ILP do grupo Di Lady Langeries, fizeram uma importante paralisação de duas horas na porta da empresa.
Como parte da campanha salarial, a paralisação também teve como foco a denúncia das condições humilhantes as quais as trabalhadoras estão submetidas. Uma longa lista como a péssima qualidade do almoço, assédio moral dos gerentes, exigência de metas abusivas e acidentes de trabalho, fez com que as operárias cruzassem os braços.
Além de a empresa cometer todas essas irregularidades, ainda chamou a polícia para intimidar os trabalhadores. Mas, o tiro saiu pela culatra. Ao tentar agredir um diretor do Sindicato da Construção Civil, a polícia foi cercada por dezenas de costureiras, que impediram a agressão e obrigaram os policiais a tomarem o caminho de volta.
O Sindicato da Confecção Feminina, juntamente com os demais apoiadores da CSP-Conlutas (Sindicatos dos Rodoviários, Construção Civil e Movimento Mulheres em Luta), fizeram coro com as trabalhadoras ao puxarem a palavra de ordem: “Chega de Picote!”
Os “picotes” são pequenos pedaços de papel que, a cada operação, são picotados e colados às peças como uma forma de controlar o ritmo de trabalho. Aquelas que não chegam a 4.000 picotes diários não batem a meta e acabam sofrendo vários tipos de retaliações.
A paralisação das costureiras, enfrentando o patrão e a polícia, demonstra que, apesar de sofrerem todos os dias com a falta de creches e com a dupla jornada de trabalho, estas operárias estão dispostas a lutar pelos seus direitos e salário. E esse é só o começo da campanha salarial, a Construção Civil mostrou o caminho e as operárias mostraram que querem seguir por ele.
PAULA FARIAS, DE FORTALEZA (CE)
Fonte: Sítio do PSTU
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