Os 3.600 trabalhadores da unidade da Volkswagen no Paraná entram na terça-feira (10) no sexto dia de greve. Eles protestam contra a proposta de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) da empresa.
A fábrica, que fica em São José dos Pinhais (região metropolitana de Curitiba), está parada desde quinta-feira. Nos cálculos do sindicato dos metalúrgicos de Curitiba, cerca de 3.000 veículos Fox, CrossFox e Golf deixaram de ser produzidos.
Nesta segunda pela manhã, uma audiência no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) tentou formular um acordo entre o sindicato e a empresa, mas a Volks manteve a proposta original, sob o argumento de que um aumento prejudicaria a "sustentabilidade" do negócio.
O sindicato pede R$ 12 mil de PLR, com antecipação de R$ 6.000 para este mês, com base nos resultados da unidade e nas propostas feitas em outras montadoras localizadas no Paraná. Já a Volks oferece R$ 4.600 de antecipação, com discussão da segunda parcela apenas no segundo semestre.
Segundo a desembargadora Rosemarie Diedrichs Pimpão, que presidiu a audiência no TRT, uma declaração do presidente da Volks do Brasil, Thomas Schmall, "impediu qualquer tentativa conciliatória".
Numa entrevista publicada hoje no jornal "O Estado de S. Paulo", Schmall afirmou que "é melhor aceitar parar a fábrica do que pagar o que estão pedindo". Segundo ele, o PLR de R$ 12 mil "não está conectado com a situação atual" e faria a Volks perder competitividade.
Por causa do impasse, o valor da PLR será definido pela Justiça do Trabalho. O TRT deu um prazo de cinco dias para que a empresa e o sindicato apresentem seus argumentos. Só depois disso, e da manifestação do Ministério Público do Trabalho, é que a Justiça julgará o caso.
Até lá, promete o sindicato, a unidade em Curitiba continua paralisada. Segundo Schmall, podem faltar modelos Fox, CrossFox e Golf no mercado por causa da greve.
OUTRO LADO
Em nota, a Volkswagen ressaltou que o aumento da produção nas unidades paulistas da montadora (usadas como base de comparação pelo sindicato) foi bem maior do que na unidade do Paraná --42% contra 3% nos últimos quatro anos.
A empresa também informou que o PLR pago aos funcionários do Paraná é um dos mais altos entre suas unidades no país, e que o salário médio dos trabalhadores da fábrica paranaense aumentou 54% nos últimos quatro anos, contra 27% no ABC paulista.
ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA
Fonte: Folha.com
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