domingo, 8 de maio de 2011

Em defesa dos operários da construção de Rondônia e do Brasil

Centrais e Sindicatos devem exigir do governo: Nenhuma demissão nas obras do PAC!

- Garantia de Emprego para todos;

- Fim da subcontratação e terceirização;

- Aumento geral dos salários;

- Redução da Jornada de Trabalho;

- Folgas de 10 dias a cada 60 dias trabalhados;

- Todas as horas-extras a 100%;

- Eleição de comissões de base com garantia de emprego;

- Dobrar o número de auditores fiscais do MTE, através de concurso público.

Está marcada para a próxima quinta-feira (12) uma nova reunião da comissão nacional de negociação do setor da construção. Nós, da CSP-Conlutas, não temos nenhuma dúvida de que esta reunião tem a obrigação de tomar uma decisão que tenha sentido prático para a vida dos operários da construção de nosso país: apoiar a decisão liminar da Justiça do Trabalho de Rondônia que proíbe as demissões em Jirau!

Não podemos admitir que após as lutas ocorridas em março que revelaram as péssimas condições de trabalho nas obras tenha como resultado a demissão de milhares de operários e, o que é mais escandaloso, com apoio explícito do governo federal.

Durante as duas reuniões da Comissão nenhuma decisão foi tomada sobre o assunto. No entanto, a Secretaria Geral da Presidência, após a última reunião, veio a público respaldar a conduta dos empresários de demitir milhares de trabalhadores.

Nós do movimento sindical temos de exigir, em defesa dos trabalhadores de Rondônia e de nosso país, que esta mesa se posicione contra qualquer demissão! Essa é uma luta de caráter nacional. Nos próximos quatro anos estão previstos investimentos superiores a R$ 1 trilhão para a execução de obras em cerca de 12.000 canteiros de obras do PAC, Minha Casa Minha Vida, Copa e Olimpíadas.
Portanto, para que as entidades sindicais de base tenham força para resistir às pressões das empreiteiras e do governo federal, só faz sentido uma mesa nacional de negociação se esta mesa garantir, antes de qualquer outra coisa, os direitos e a dignidade de quem trabalha.
Se estas demissões se consumarem, ainda que não seja por uma decisão direta desta mesa, será simplesmente uma desmoralização. Que sentido faz uma negociação nacional que feche os olhos para uma demissão em massa de 4.000 trabalhadores?

A CSP-Conlutas se coloca à inteira disposição do Sticcero-RO e de todas as centrais sindicais para resistir a este ataque das empreiteiras, construtoras e do governo federal.

Nos colocamos à disposição para lutar juntos em defesa dos empregos, contra as terceirizações, por aumento geral dos salários, pela redução da jornada de trabalho sem redução dos salários, pela garantia das folgas de 10 dias a cada período de 60 trabalhados, pelas horas extras com adicional de 100%, por eleições das comissões de base com garantia de emprego, salário igual para profissão igual, melhores condições de saúde e áreas de vivência e, ainda, pela contratação de mais auditores fiscais do Ministério do Trabalho, com o objetivo de ampliar as ações preventivas e em defesa da vida desses operários.
Para que vençamos essa batalha serão necessárias muita unidade e a independência política e financeira frente às empreiteiras e ao governo. Sem isso não será possível vencer.

Aliás, sem independência frente aos governos e aos patrões, qual o sentido do papel das centrais sindicais para os trabalhadores?Defender nossa classe significa encará-la sem fronteiras, sem divisão e sem preconceito. No caso em questão significa defender o emprego e adignidade de todos, independentemente de seu país ou estado de origem, sua cor, sexo ou religião.Defender os trabalhadores de Jirau é defender a classe trabalhadora brasileira como um todo. Eis a tarefa à qual estamos sendo chamados.

Atnágoras Lopes – Representante da CSP-Conlutas na Mesa Nacional de Negociação sobre as condições de trabalho na construção

Fonte: sítio da CSP-CONLUTAS

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