Os operários da construção da refinaria de Abreu e Lima e do Pólo Petroquímico, em Suape (PE), voltam à greve e lutam por reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
Essa mobilização se estende aos operários da “cidade da Copa”, em Recife (PE), e parte da ferrovia Transnordestina, retomando assim as características das mobilizações dos trabalhadores da obras do PAC no início do primeiro semestre desse ano que levaram mais de 100 mil a cruzar os braços.
As principais reivindicações desses operários, que estão em data-base, são o reajuste dos salários, que começou com uma pauta de 30% e agora já foi rebaixada para 15%; o aumento no valor da cesta básica para R$ 300,00 e o abono dos dias da greve realizada em março desse ano. Em contrapartida, os empresários da Odebretch, Conest, Galvão entre outras empreteiras se negam a atender o que os trabalhadores querem.
O Sintepav –PE (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada de Pernambuco), ligado à Força Sindical, tenta impor-se como a direção do movimento e busca um “acerto” junto à patronal que lhe permita dar um fim às paralisações. Esse é o mesmo sindicato que em março se colocou contra a greve, num episódio que levou a morte de um trabalhador por infarto e que outro operário fosse baleado. A entidade também vem se utilizando de todas as maneiras para impedir que outras organizações e movimentos possam dar apoio à luta desses trabalhadores.
Omissão de Dilma e da Petrobrás fortalece empresários – Frente a todo esse impasse e ao clima de tensão, próprio da truculência e intransigência dos empresários, é um absurdo que nem a presidente Dilma, nem a Petrobrás tenham se pronunciado. Essa postura demonstra que estão ao lado dos empresários, pois deixa os operários a sua própria “sorte”. Entre outras explicações para essa posicionamento, podemos citar que essas construtoras foram um dos setores que financiaram, com dezenas de milhões de reais a, campanha da atual Presidente da República.
É hora de fortalecer a greve – “É preciso cercar de solidariedade a greve desses operários para que não se dê mais nenhum passo para trás”, afirma o membro da Secretaria Executiva, Atnágoras Lopes, que esteve em Pernambuco com trabalhadores que integram a CSP-Conlutas pra discutir esse tema.
A greve dos operários em Pernambuco, movida nesse momento pela luta salarial, também recende todo o debate sobre as péssimas condições de trabalho nesses grandes empreendimentos.
Seguem as diferenças salariais para trabalhadores de mesma profissão, o assédio moral por parte dos encarregados, o patrulhamento armado no interior dos canteiros, as infinitas filas para as refeições, a situação dos alojados e o absurdo de só terem o direito de visitar suas famílias por cinco dias a cada 120 trabalhados.
Outro retrato do tal propagado “desenvolvimento econômico brasileiro” é o rastro de problemas sociais gerados nas cidades no entorno dessas obras, que vão desde a falta de infra-estrutura, saúde e segurança até a opressão, o preconceito e a intolerância, que contaminam e degradam as relações humanas dos seres de uma mesma classe; Tido esse quadro revela parte de um plano hostil gestado pela ganância das grandes construtoras e amparado pela conivência dos governos Federal e Estaduais.
“É hora de unir os trabalhadores de todas as obras e em uma só luta para enfrentar o Governo, a Petrobrás, os empresários e as direções traidoras do movimento, com a força necessária para que, apoiados nas lutas de outras categorias, possam avançar em suas conquistas e sigam gestando uma nova alternativa de direção para as batalhas de nossa classe em nosso país”, comenta um dos representantes da CSP-Conlutas (PE), durante conversa com alguns ativistas das obras da refinaria Abreu e Lima.
Fonte: Sítio da CSP-Conlutas
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