As trabalhadoras e trabalhadores da indústria da construção civil de Fortaleza foram surpreendidos na manhã da última sexta-feira (5) ao saber que o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) optou por sair da mesa de negociações referente à campanha salarial da categoria, dando-as por encerradas.
Assembleia dos trabalhadores nesse dia 4 |
Esses mesmos trabalhadores são os responsáveis por impulsionar um dos setores que mais cresceu nos últimos anos no estado do Ceará. Para se ter uma ideia, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto a construção civil nacionalmente teve crescimento de 1,4%, no Ceará, em 2012, esse percentual foi superado, atingindo os 4,72%.
Tal crescimento não se dá sem um preço que custa alto à vida de muitos trabalhadores. Além da superexploração e do descumprimento da legislação trabalhista, mortes e acidentes fazem parte do seu cotidiano. Só este ano, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Fortaleza registrou duas mortes nos canteiros de obra, além de dezenas de acidentes.
Os trabalhadores reivindicavam 20% de reajuste. Durante as negociações, baixaram a exigência de reajuste para 12,5% e R$ 90 de vale alimentação. A patronal, porém, propôs apenas 7,5% de reajuste e R$ 55 de vale, o que foi rejeitado em assembleia do dia 4.
Para o sindicato dos trabalhadores, o rompimento injustificável e irresponsável das negociações por parte da patronal sinaliza uma série de desrespeitos, como por exemplo, em relação ao meio ambiente, com as construções em área de preservação ambiental, mas principalmente em relação aos trabalhadores que lutam por melhores condições de vida.
O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza, filiado à CSP Conlutas (Central Sindical e Popular), expressa sua discordância em relação ao dissídio coletivo, manifesta seu desejo em chegar um consenso por meio da negociação com o Sinduscon ou com as empresas e, principalmente, reafirma seu compromisso de lutar em defesa dos direitos dos trabalhadores.
Por Camila Chaves, de Fortaleza/CE
Fonte: Sítio do PSTU